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O câncer de mama pode ocorrer tanto em homens como em mulheres, no entanto, é muito mais comum em mulheres. O câncer de mama é o segundo tipo mais comum no mundo (isso pode variar dependendo do país) e é mais comum entre as mulheres, correspondendo a quase 28% dos novos casos de câncer, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência de câncer de mama aumentou 10 vezes desde 1960 e 1970. No entanto, a partir dos anos 2000, houve uma estabilização nos números de casos (pelo menos nos países ocidentais), possivelmente devido a uma melhor triagem e detecção do câncer bem como a uma diminuição na adesão da terapia hormonal de substituição (THS).

Em 2011, havia 1,5 milhões de pessoas diagnosticadas com câncer de mama no mundo, de acordo como o Relatório Mundial do Câncer de Mama 2012. De acordo com a OMS, o câncer de mama provoca 450 mil mortes anualmente em todo o mundo. No Brasil, a cada ano surgem quase 60 mil novos casos de câncer de mama, que mata cerca de 14 mil mulheres a cada ano no País, de acordo com o INCA.

O câncer de mama, como muitos dos cânceres, tem fatores de risco conhecidos. Alguns deles são modificáveis, ou seja, pode-se alterar a exposição que uma pessoa tem a esse determinado fator, diminuindo a sua chance de desenvolver esse câncer.
Existem também os fatores de proteção que, se a pessoa está exposta, a sua chance de desenvolver esse câncer é menor.

Idade: o câncer de mama é mais comum em mulheres acima de 50 anos. Quanto maior a idade maior a chance de ter câncer de mama. Mulheres com menos de 20 anos raramente têm esse tipo de câncer.

Exposição excessiva a hormônios: terapia de reposição hormonal (hormônios usados para combater os sintomas da menopausa), que contenham os hormônios femininos estrogênio e progesterona, aumenta o risco de câncer de mama. Não tomar ou parar de tomar esses hormônios é uma decisão que a mulher deve tomar com o seu médico, pesando os riscos e benefícios do medicamento.

Radiação: faz parte do tratamento de algumas doenças irradiar a região do tórax. Antigamente muitas doenças benignas se tratavam com irradiação. Hoje, esse procedimento é praticamente restrito ao tratamento de tumores. Pessoas que necessitaram irradiar a região do tórax ou das mamas têm um maior risco de desenvolver câncer de mama.

Dieta: Ingerir bebida alcoólica em excesso está associado a um discreto aumento no desenvolvimento do câncer de mama. A associação com o álcool é proporcional ao que se ingere, ou seja, quanto mais se bebe maior o risco. Tomar menos de uma dose de bebida alcoólica por dia ajuda a prevenir esse tipo de câncer (um cálice de vinho, uma garrafa pequena de cerveja ou uma dose de uísque são exemplos de uma dose de bebida alcoólica).Se beber, portanto, tomar menos que uma dose por dia.

- Mulheres obesas têm mais chance de desenvolver câncer de mama, principalmente quando o aumento de peso se dá após a menopausa ou após os 60 anos. Manter-se dentro do peso ideal, principalmente após a menopausa, diminui o risco desse tipo de câncer.

História ginecológica: Não ter filhos ou engravidar pela primeira vez tarde (após os 35 anos) é fator de risco para o câncer de mama; menstruar muito cedo (com 11 anos, ou antes) ou parar de menstruar muito tarde, expõe a mulher mais tempo aos hormônios femininos e por isso aumenta o risco.

Histórico familiar: Mulheres que têm parentes de primeiro grau, mães, irmãs ou filhas, com câncer de mama, principalmente se elas tiverem esse câncer antes da menopausa, são grupo de risco para desenvolver o câncer de mama.

- Apesar de raro, homens também podem ter câncer de mama. Ter um parente de primeiro grau, como o pai, com esse diagnóstico, também eleva o risco familiar para o câncer de mama. Pessoas desse grupo de risco devem se aconselhar com o seu médico para definir a necessidade de fazer exames para identificar genes que possam estar presentes nestas famílias.

- Se detectado um maior risco genético, o médico pode propor algumas medidas para diminuir esses riscos. Algumas medidas podem ser bem radicais ou ter efeitos colaterais importantes. Retirar as mamas e tomar Tamoxifen são exemplos dessas medidas. A indicação desses procedimentos e a discussão dos prós e contras é individual e deve ser tomada junto com um médico especialista.

A imagem dos bombons abaixo é uma metáfora dos sintomas do câncer de mama. Ao perceber qualquer um dos aspectos assinalados em cada bombom, procure o médico o mais rápido possível. Lembre-se: quanto antes for diagnosticado o tumor, maiores são as chances de o tratamento ser mais efetivo.

A mamografia é um RX das mamas. Esse exame também é feito para detecção precoce do câncer quando a mulher faz o exame mesmo sem ter nenhum sintoma. Caso a mama seja muito densa, o médico também vai pedir uma ecografia (ultrassonografia) das mamas.

Se a mamografia mostra uma lesão suspeita, o médico indicará uma biópsia. Geralmente, essa biópsia é feita com a ajuda de uma ecografia para localizar bem o nódulo em que será coletado o material, caso o nódulo não for facilmente palpável. Após a coleta, o material é examinado por um patologista que definirá se essa lesão pode ser um câncer ou não.

Existem vários tipos de tratamento para o câncer de mama. Antes da decisão de que tipo de tratamento é mais adequado o médico analisa o resultado dos exames da biópsia ou da cirurgia, caso esta já tiver sido feita. Além disso, o médico pede exames de laboratório e de imagem para definir qual a extensão do tumor e se ele saiu da mama e se alojou em outras partes do corpo.

Se o tumor for pequeno, o primeiro procedimento é uma cirurgia onde se tira o tumor. Dependendo do tamanho da mama, da localização do tumor e do possível resultado estético da cirurgia, o cirurgião retira só o nódulo, uma parte da mama (geralmente um quarto da mama ou setorectomia) ou retira a mama inteira (mastectomia) e os gânglios axilares.

As características do tumor retirado e a extensão da cirurgia definem se a mulher necessitará de mais algum tratamento complementar ou não. Geralmente, se a mama não foi toda retirada, ela é encaminhada para radioterapia.

Dependendo do avanço da doença (tamanho, número de nódulos axilares comprometidos e envolvimento de outras áreas do corpo), também será indicada quimioterapia ou hormonioterapia. Radioterapia é o tratamento que se faz aplicando raios para eliminar qualquer célula que tenha sobrado no local da cirurgia que por ser tão pequena que não foi localizada pelo cirurgião nem pelo patologista. Esse tratamento é feito numa máquina e a duração e intensidade dependem das características do tumor e da paciente.

Quimioterapia é o uso de medicamentos, geralmente intravenosos, que matam células malignas circulantes. O tipo de quimioterápico utilizado depende se a mulher já está na menopausa e a extensão da sua doença. Hormonioterapia é o uso de medicações que bloqueiam a ação dos hormônios que aumentam o risco de desenvolver esse tipo de câncer.

Autoexame: o exame de palpação pode ser realizado pela própria mulher ou pelo seu médico de confiança. Está aqui uma das melhores maneiras de se prevenir o câncer de mama. Saiba como fazer ao autoexame:
1) Uma semana após a menstruação é o tempo certo para fazer o autoexame.
2) Deite em sua cama e coloque o braço esquerdo sobre a cabeça. Em seguida, com a mão direita, apalpe seu seio esquerdo com cuidado.
3) Faça o mesmo com o seio direito. Basta inverter a posição do braço.

Alimentação: seguir uma dieta saudável, rica em alimentos de origem vegetal como frutas, verduras e legumes, e pobre em gordura animal, pode diminuir o risco de ter esse tipo de câncer. Apesar dos estudos não serem completamente conclusivos sobre esse fator de proteção, aderir a um estilo de vida saudável diminui o risco de muitos cânceres, inclusive o de mama. Não fumar nem beber também ajudam muito na diminuição de riscos de todo tipo de câncer.

Amamentação: amamentar, principalmente por um tempo longo, um ano ou mais, somado todos os períodos de amamentação, pode diminuir o risco do câncer de mama.

Atividade física: o exercício físico normalmente diminui a quantidade de hormônio feminino circulante. Como esse tipo de tumor está associado a esse hormônio, fazer exercício regularmente diminui o risco de ter câncer de mama, principalmente em mulheres que fazem ou fizeram exercício regular quando jovens.

A mastectomia é uma opção cirúrgica para as pacientes em estágio inicial. Quando o tumor possui diâmetro igual ou inferior a três centímetros, sem comprometimento clinicamente aparente, é possível realizar essa técnica. A importância da utilização da mastectomia consiste na possibilidade de preservação dos linfonodos axilares, o que reduz o risco de cânceres posteriores e possibilita as atividades normais de mão e braço.

As mulheres que são submetidas à mastectomia têm como opção a reconstrução mamária, uma cirurgia plástica reparadora da mama amputada para a retirada do tumor. No entanto, muitas mulheres, por um motivo ou outro, não fazem a reconstrução mamária. Algumas até optam pela reconstrução, mas muitas vezes há rejeição da prótese e são obrigadas a fazer a retirada do silicone, o instrumento mais utilizado nessa cirurgia.

A opção pela reconstrução mamária vai além da estética: é um fator de predominância psicológica, pois tirar um seio é uma forma infalível para a baixo autoestima e a depressão. Como se já não bastasse o espectro da doença que ronda a mulher, aquelas que retiram o seio sentem-se enfraquecidas em seus vários papéis: diminuição ou perda da feminilidade, comprometimento da sexualidade, desfiguramento e atração sexual e perda do parceiro.

A forma como a mulher vai responder à mutilação é individual e pode estar relacionada a alguns fatores como idade, autoadmiração, estrutura de ego, estado emocional e situação socioeconômica.

No período pós-operatório da mastectomia, a mulher pode vir a apresentar uma série de dificuldades ao reassumir a sua vida profissional, social, familiar e sexual, visto que essas mulheres, em geral, sentem dificuldade em lidar com o próprio corpo. Segundo pesquisas científicas, o primeiro contato que as mulheres estabelecem com o seu corpo operado é diante do espelho. A percepção de que uma ou as duas mamas não estão mais presentes causa muito sofrimento. Há então, uma alteração na percepção do próprio corpo, que pode revelar uma insatisfação e não aceitação da perda da mama, gerando sentimentos de autodepreciação. A vestimenta, segundo a pesquisa, desempenharia um importante papel durante o período pós-cirúrgico, uma vez que é por meio de alguma roupa que a mulher procura ocultar a cicatriz e a falta do seio.